quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Põe em ordem sua Devoção



“Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6.10)

Todos conhecemos a clássica história de Daniel na cova dos leões e do grande livramento de Deus sobre sua vida. O que nem sempre é colocado em destaque é que a cova era o preço pago por amar a Deus e se dobrar diante dEle em oração, em devoção. A bíblia diz que os políticos da época procuravam achar ocasião para culpabilizar ou incriminar Daniel, mas nada puderam encontrar, pois ele era fiel e íntegro, diante de Deus e dos homens. Restaram-lhes promulgar um edito real que proibia, por um período de trinta dias, que se fizessem no reino petições a qualquer deus ou homem, a não ser ao rei Dario. Como pena, o “infrator” seria lançado na cova dos leões”. Que barbárie contra Daniel! Como esperar de um homem o silêncio, quando em sua jornada espiritual, três vezes por dia se prostrava diante de Deus em profunda devoção? Como silenciar um homem que freqüentava rotineiramente a presença do Pai? Como calar os lábios de alguém que sabia a quem servia? O final da história todos sabemos: Daniel vai parar na cova e o Senhor o livra.
Pensando nos detalhes dessa narrativa, o que vale à pena ser evidenciado é o fato de que Daniel mantinha sua devoção em ordem. Ele sabia a importância da oração! Para ele, orar não era um simples rito religioso vazio de sentido, mas era profunda devoção ao seu Deus. Mesmo cercado por uma cultura carregada de misticismo, de idolatria e corrupção, Daniel fez da devoção a Deus um estilo de vida. Santidade, integridade, discernimento espiritual, ousadia, mansidão são alguns dos muitos valores morais e espirituais que acompanhavam sua vida, mas tudo isso como resultado de uma mesma fonte: vida com Deus. Não se compra integridade, não se fabrica santidade, não se forja discernimento espiritual etc, mas quando se faz da devoção uma prioridade esses valores naturalmente são agregados à nossa existência.
Nossa geração é classificada por alguns como “peregrina da bênção”. Não é difícil ver as multidões que saem diariamente em busca frenética do favor de Deus, e que sem perceberem desprezam um relacionamento com Deus, desprovido de quaisquer interesses maiores. Por isso Davi se destaca dentre muitos, pois para ele, vida com Deus era prioridade e as bênçãos uma maravilhosa conseqüência. Ele mesmo afirma: “Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além de ti” (Salmos 16:2).
Quando nos ocupamos verdadeiramente de Deus, somos tomados por uma satisfação tão rica e tão plena, que nada mais importa. A devoção genuína faz com que nossos olhos sejam atraídos pelo Senhor e tão somente por ele, sem concorrência, sem distrações com futilidades ou sonhos egoístas e mesquinhos. Acho tremenda a repreensão que Jesus dada a Marta e como ele ressalta a importância da devoção. “Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. (Lucas 10:41-42). Marta estava preocupada com os afazeres da casa, provavelmente preocupada em servir, o que em tese não é um pecado, pelo contrário, um valor. No entanto, quando o serviço nos impossibilidade de ouvir a voz de Deus, de nos prostrarmos diante dEle, enfim, de lhe ofertarmos nossa devoção, então o serviço transformou-se num problema. Qualquer bênção que tenhamos recebido de Deus ou dos homens, qualquer conquista humana, qualquer realização ou obra, um dia nos será tirado. A casa arrumada, uma hora se desarruma; uma formação acadêmica, uma hora se torna ultrapassada; o carro do ano, fica velho; a cura de uma enfermidade hoje, não impede que morramos amanhã; um relacionamento afetivo pode acabar; o dinheiro, a beleza física, a influência política, as muitas amizades, o sucesso pessoal, tudo pode acabar. Mas Jesus disse: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”, o que Maria escolheu? Escolheu vida com Deus, escolheu devoção. Isso não lhe será tirado. Quem faz da vida com Deus um “investimento”, faz o melhor “negócio”, pois jamais alguém terá prejuízo na devoção. Mas vale uma ressalva, não olhe para isso que chamo de investimento a partir da visão capitalista, pois o maior lucro que alguém pode ter na devoção, não são o derramar das bênçãos de Deus (mesmo que isso seja uma realidade); mas sobretudo o próprio Deus, a companhia doce e poderosa do próprio Senhor. A bíblia diz que: “O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” (1 João 2:17). Não importa o quando você cobice, tudo vai passar. O pior é que muitos envolvem Deus em suas cobiças e faz de suas cobiças motivos de “campanhas espirituais” nos mais diversos arraias da fé.
Quer uma opção de vida segura? Faça a vontade de Deus. Quer saber qual é a vontade de Deus? A bíblia responde: “Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” (Mateus 22:37). Põe em ordem sua devoção!

“Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto” Isaías 55.6

“A oração é o íntimo sublimar-se da alma pelo contato com Deus.” 
Rui Barbosa


Pr. Hilquias

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